Aparecida Suely Barboza (1)
A análise do racismo e do sexismo na cultura brasileira é um tema complexo e multifacetado que merece uma reflexão aprofundada. A epígrafe que se propõe evoca a ideia de que a identificação do dominado com o dominador é uma marca da cultura brasileira, o que pode ser compreendido à luz das teorias de autores como Frantz Fanon, que exploraram as dinâmicas de opressão e identidade (2).
Constatam-se os artifícios, mesmo diante de situações onde os negros são “convidados” para participar de espaços dominados por brancos, pois trata-se de uma inclusão apenas aparente, são convidados para a festa, mas não têm um lugar real à mesa, literalmente e simbolicamente. Isso reflete a ideia de que, muitas vezes, a inclusão é superficial e não se traduz em uma verdadeira igualdade de condições, é a “exclusão na inclusão”.
Evidencia-se que, apesar de serem convidados e bem tratados, é esperado certas regras de comportamento, devendo ser “educados” e aceitar “seu lugar” sem questionamentos. A crítica é direcionada à expectativa de que os oprimidos permaneçam passivos e gratos, mesmo em face de injustiças, pois devem respeitar a hierarquia social/racial.
O confronto acontece quando a “neguinha atrevida” reage e decide se levantar e falar representando a resistência contra a opressão e a falsidade da inclusão. Sua atitude gera uma reação negativa por parte dos brancos, que se sentem ameaçados e ofendidos, revelando que a “boa vontade” deles tem limites bem definidos. A festa, que deveria ser uma celebração da inclusão, termina em conflito, simbolizando a fragilidade desse tipo de inclusão superficial.
É possível refletir sobre a culpa atribuída à personagem negra que se rebelou. A narrativa irônica sugere que, na visão da sociedade dominante, os negros devem ser culpados pelos conflitos, reforçando estereótipos racistas como o do “preto que não sabe se comportar”.
É possível identificar crítica mordaz e bem-humorada para desmantelar preconceitos raciais enraizados na cultura brasileira. Usa uma linguagem coloquial e um tom sarcástico para desafiar as construções sociais que tentam subordinar e estigmatizar os negros, destacando como esses estigmas se manifestam através de expressões racistas cotidianas, como “cabelo ruim” e “beiços”, que desumanizam características físicas dos negros. Ele revela as contradições e tensões presentes em situações onde a “boa vontade” dos dominantes não passa de uma forma de manter o status quo.
A longa epígrafe explora questões profundas sobre a identificação do dominado com o dominador, especialmente no contexto racial brasileiro, e questiona como e por que o mito da democracia racial se estabeleceu e foi amplamente aceito e divulgado no Brasil, e quais processos históricos, sociais e culturais contribuíram para sua construção.
A aceitação do mito da democracia racial no Brasil pode ser atribuída a uma série de fatores históricos, sociais e culturais. Desde a colonização, o país construiu uma narrativa que enaltece a convivência harmônica entre diferentes etnias, disfarçando as profundas desigualdades raciais que persistem até hoje. Essa construção social do mito funciona como um mecanismo de negação da realidade, ocultando as violências e as desigualdades que marcam a vida da população negra, especialmente das mulheres negras, que enfrentam interseccionalidades de opressões.
A mulher negra, nesse contexto, é frequentemente colocada em um espaço marginal, onde sua identidade é desvalorizada e suas lutas são silenciadas. A manifestação do racismo não ocorre apenas em ações explícitas, mas também em microagressões, estigmas e estereótipos que perpetuam a desumanização. O sexismo, por sua vez, agrava essa situação, já que enfrentam não apenas o preconceito racial, mas também a opressão de gênero, resultando em uma dupla carga de discriminação.
Os efeitos dessa articulação entre racismo e sexismo são devastadores, e de forma recorrente a mulher negra é vista como um corpo a ser objetificado ou hipersexualizado, enquanto suas vozes e experiências são silenciadas ou ignoradas. Essa invisibilidade tem impactos diretos em suas oportunidades de acesso à educação, ao mercado de trabalho e à saúde, perpetuando ciclos de pobreza e exclusão.
Portanto, ao abordar o racismo e o sexismo na cultura brasileira, é essencial (re)conhecer e valorizar a luta das mulheres negras, que desafiam as narrativas dominantes e buscam visibilidade e justiça. A desconstrução do mito da democracia racial e a promoção de um diálogo aberto sobre as desigualdades raciais e de gênero são passos fundamentais para a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva e igualitária.
As relações raciais no Brasil, e o racismo estrutural (3) influenciam a sociedade e moldam a identidade brasileira, e, é possível perceber a dicotomia entre o discurso oficial e a realidade vivida pela população negra. É ao mesmo tempo crítico e também irônico.
O racismo estrutural é visível na hierarquia da pirâmide social de status e renda, em que o topo é ocupado pela branquitude e a sua base pela negritude, e no que se refere aos marcadores de gênero, o topo da pirâmide é povoado majoritariamente por homens brancos e na sua base encontram-se as mulheres negras (4).
O Mito da Democracia Racial (5) sugere que o Brasil é uma sociedade harmoniosa, sem preconceitos raciais, e a miscigenação teria eliminado as hierarquias raciais. No entanto, ele oculta a realidade de profundas desigualdades raciais e a persistência de racismo estrutural. A aceitação e disseminação do mito da democracia racial no Brasil podem ser atribuídas a diversos fatores históricos e culturais.
O processo de construção do Mito da Democracia Racial, ocorreu historicamente por uma “política de branqueamento” no Brasil, que incentivou a imigração europeia com o intuito de “melhorar” a população. Isso contribuiu para a construção do mito, ao promover a ideia de que o Brasil estava se tornando uma nação “mais branca” e, portanto, mais civilizada, como no quadro de 1895, do artista espanhol Modesto Brocos, denominada “A Redenção de Cam” (6). Também oculta a discriminação racial ao não reconhecer as barreiras estruturais enfrentadas pela população negra, pois ao promover a ideia de que o racismo não existe no Brasil, desvia o foco da desigualdade racial real.
Sobre a Teoria do Branqueamento, os seguidores da Escola de Nina Rodrigues (7) engrossavam as fileiras daqueles que defendiam o branqueamento da população brasileira e também a inferioridade da população negra em relação à branca, com publicações, cuja preocupação principal função era negar a possibilidade de igualdade entre os homens:
Não pode ser admissível em absoluto a igualdade de direitos, em que haja ao mesmo tempo, pelo menos, a igualdade na evolução. No homem alguma cousa mais existe além do individuo. Individualmente sob certos aspectos, dois poderão ser considerados iguaes; jamais o serão porém se se attender ás suas funções physiologicas. Fazer-se do individuo o principio e o fim da sociedade, de conferir-lhe uma liberdade sem limitações, como sendo o verdadeiro espírito da democracia, é um exagero da demagogia, é uma aberração do princípio da utilidade publica. (…) (8)
O branqueamento é uma forma de dominação e submissão, com o desejo de se aproximar dos padrões brancos de beleza e comportamento. No entanto, figuras heroicas como Zumbi dos Palmares e Pelé são apresentadas como símbolos de resistência e orgulho negro, desafiando a lógica da dominação e reafirmando a importância da identidade negra na construção do Brasil.
Outra questão a ser considerada central a partir da análise do texto é a crítica à percepção de que a cultura e a identidade negra são inferiores ou primitivas. Na história do Brasil, o corpo e a identidade dos negros foram sexualizados e fetichizados, evidenciando a hipocrisia da elite branca que, ao mesmo tempo em que os estigmatizava, os desejava sexualmente. Essa dualidade é exemplificada na narrativa sobre o “cheiro de crioula”, que era considerado um “remédio” para a impotência sexual dos homens brancos.
A cultura popular brasileira, especialmente através do carnaval, também contribui para perpetuar tal comportamento, celebrando a “mulata” como símbolo de beleza e miscigenação, mas, ao mesmo tempo, reforçando estereótipos e marginalizando as mulheres negras. Na obra, Quem tem medo do feminismo negro? (9), Djamila Ribeiro didaticamente explica:
A palavra, de origem espanhola, vem de “mula” ou “mulo”, aquilo que é híbrido, originário do cruzamento entre espécies. Mulas são animais nascidos da reprodução de jumentos com éguas ou de cavalos com jumentas. Em outra acepção, são resultado da cópula do animal considerado nobre (equus caballus) com o animal dito de segunda classe (equus africanus asinus).
Sendo assim, trata-se de uma palavra pejorativa para indicar mestiçagem, impureza, mistura imprópria, que não deveria existir. Empregado desde o período colonial, o termo era usado para designar negros de pele mais clara, frutos do estupro de escravas pelos senhores de engenho. Tal nomenclatura tem cunho machista e racista, e foi transferido à personagem Globeleza. A adjetivação “mulata” é uma memória triste dos mais de três séculos de escravidão negra no Brasil.
(…)
É sempre bom frisar que não tenho problema algum com a sensualidade ou com a posição de passista, muito pelo contrário. O problema é sempre nos confinar nesses lugares, tratar essas moças como se fossem um pedaço de carne prontos a ser devorados.
(…)
Mulher negra não faz parte de safra nem é “espécie” para deleite de homem machista e racista. Somos pessoas e exigimos respeito.
A noção de “mulata” como profissão reflete como a mulher negra é objetificada e sexualizada na sociedade brasileira. A “mulata” não é vista apenas como uma identidade racial, mas como um papel a ser desempenhado, principalmente no contexto do entretenimento e da servidão.
Destaca-se a figura da mulher negra através das noções de mulata e doméstica, que representam dois lados de uma mesma moeda na sociedade brasileira. Essa mulher é vista como Ícone Carnavalesco, pois durante o carnaval é exaltada como a “mulata”, uma figura hipersexualizada e adorada temporariamente. Ela se torna a “Cinderela do asfalto”, admirada e desejada, mas esse endeusamento é efêmero e ocorre dentro de um contexto específico e controlado. A mulata no carnaval é vista como um objeto de prazer, algo para ser consumido e descartado.
Quando finda o Carnaval, torna-se doméstica, e essa é sua realidade cotidiana, a mesma mulher que é exaltada como mulata se torna a empregada que trabalha nas casas de classe média e alta. Aqui, ela é desumanizada e relegada a uma posição de subserviência. O endeusamento carnavalesco serve, paradoxalmente, para justificar e perpetuar a exploração cotidiana dessas mulheres.
A doméstica e Mãe Preta, também são representações tradicionais da mulher negra, que revelam seu confinamento a papéis de subserviência. A “doméstica” é um símbolo da exploração do trabalho doméstico das mulheres negras, enquanto a “mãe preta” é uma figura histórica que simboliza o papel de cuidadora dos filhos dos brancos, perpetuando a ideia de que as mulheres negras existem para servir.
A figura da “mãe preta” é usada para ilustrar a profundidade da influência negra na cultura brasileira, apesar das tentativas de apagamento e subjugação. Ao cuidar das crianças brancas, a mãe preta teria transmitido valores e práticas culturais que formaram a base da cultura brasileira, criando uma nação inevitavelmente africanizada. Essa ideia subverte a noção de pureza racial e cultural defendida por alguns segmentos da sociedade, mostrando que a cultura brasileira é, em sua essência, uma mistura rica e complexa. No entanto, ainda há medo e resistência da elite branca em reconhecer e aceitar essa influência, pois ainda hoje é percebida como uma ameaça a sua identidade e ao seu poder.
Ao discutir a presença da cultura africana no Brasil e sua resistência à dominação europeia, e apesar dos esforços para marginalizar e subordinar os negros, a cultura brasileira é, em sua essência, profundamente influenciada por elementos africanos. Essa influência é vista no idioma, na música, na religião e em outros aspectos culturais que definem o Brasil
A figura da “mulata” exaltada no carnaval e da empregada doméstica são evoluções da mucama, com a doméstica representando o lado mais cotidiano e menos glamouroso. As mulheres negras, independentemente de suas conquistas pessoais ou profissionais, continuam sendo vistas através desse estigma (10).
Nas relações de poder e sexualidade, a mucama era vítima não apenas de exploração laboral, mas também sexual. Isso era uma prática comum e aceita entre senhores de escravos, padres e outros homens brancos da época. Essa dinâmica de poder não só reforçava a dominação sobre as mulheres negras, mas também gerava tensões entre brancos e negros, além de rivalidades entre mulheres brancas e negras.
Contemporaneamente, a discriminação racial contra mulheres negras é exemplificada pelo tratamento que recebem em suas profissões e nos espaços públicos, sendo muitas vezes relegadas ao trabalho de doméstica, mesmo quando ocupam outras posições.
A linguagem e os símbolos racistas mostram como o racismo é profundamente enraizado e se manifesta de maneiras cotidianas e violentas, e essas expressões de desprezo e violência são tentativas de manter o controle sobre a narrativa e a identidade do negro, tentando apagar a influência afro-brasileira na formação da cultura nacional.
Para mudança de paradigma é fundamental compreender a importante distinção entre consciência e memória. A consciência percebida como o lugar do encobrimento, da alienação, e é onde o discurso ideológico dominante atua. A consciência social brasileira, ao se apoiar no mito da democracia racial, oculta as realidades de opressão e desigualdade. A memória, por outro lado, é o lugar da verdade oculta, o que não é dito abertamente, mas está presente de forma latente. A memória guarda as histórias não contadas e as verdades que o discurso dominante tenta apagar.
No Brasil, a fim de desqualificar e apagar a existência do racismo, diz-se que é uma “neurose cultural”, uma patologia social que distorce a realidade e perpetua a discriminação. A mulher negra, nesse contexto, sofre as consequências mais graves dessa neurose, sendo duplamente oprimida por sua raça e por seu gênero.
Vale destacar que o mito da democracia racial não só oculta as desigualdades, mas também exerce uma violência simbólica especial sobre as mulheres negras. A exaltação da mulata no carnaval é acompanhada por uma culpabilidade e agressividade no cotidiano, onde essas mesmas mulheres são tratadas como servas.
Na tentativa de dar voz ao que foi silenciada ou oprimida, o uso da psicanálise, especificamente a partir de Freud e Lacan. A sugestão, segundo o texto, de que os negros no Brasil foram relegados ao “lixo” da sociedade, sendo domesticados pela lógica da dominação, a partir da análise psicanalítica busca desvelar essas dinâmicas, permitindo que a “lata de lixo” fale, revelando as contradições internas da sociedade brasileira.
A separação física, a divisão racial do espacço entre brancos e negros persiste desde a época colonial, com negros sendo confinados a espaços marginalizados e precários, como favelas e prisões. Essa divisão também é reforçada por uma presença policial que, ao invés de proteger, oprime.
É preciso analisar com cuidado e visão crítica o pensamento de Caio Prado Júnior e outros intelectuais, pois por mais bem-intencionadas que sejam, ainda carregam traços de preconceito e eurocentrismo. Talvez seja porque não conseguem olhar além das limitações de sua perspectiva branca, não reconhecendo plenamente a profundidade e a riqueza da contribuição negra para a cultura brasileira. Caio Prado Junior reduz o ato sexual a uma necessidade primária, sem considerar a complexidade emocional e psicológica envolvida. Essa perspectiva reflete uma “neurose cultural” em que o racismo e a opressão são mantidos através da negação e ridicularização dos sintomas de culpa coletiva (11).
Ainda hoje, a mulher negra é frequentemente situada em posições subalternas, tanto na sociedade quanto no imaginário coletivo, para haver mudança é fundamental reexaminar o seu lugar no discurso racial e sexista.
O destaque na mulher negra, representada pela figura da mulata e da doméstica, revela como o racismo e o sexismo estão entrelaçados, produzindo efeitos devastadores sobre essas mulheres. Ao dar voz ao “lixo” que a sociedade tenta ocultar, o texto desafia as narrativas dominantes e propõe uma reavaliação crítica da história e da memória no Brasil.
É um convite a uma análise crítica sobre o papel da mulher negra no Brasil, desde o período escravocrata até os dias atuais, focando especialmente em suas implicações sociais e raciais. É preciso reconhecer a existência do racismo estrutural e a exploração histórica das mulheres negras, mostrando como esses processos se perpetuam e se transformam ao longo do tempo, mantendo a desigualdade racial e de gênero em uma sociedade que finge ter superado essas questões.
O racismo, com suas várias camadas e disfarces, continua a afetar a vida da população negra no Brasil. Ocorre que a resistência desse povo, o reconhecimento e orgulho de sua cultura, apesar de toda a opressão, continua a ser uma força vital na formação da identidade nacional, rejeitando as tentativas de apagamento e estigmatização, e reafirmando o papel central que os negros desempenham na formação da sociedade brasileira.
Referências
Academia Nacional de Medicina. https://www.anm.org.br/historia/
Bento, Cida. O Pacto da Branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Fanon, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira . – Salvador: EDUFBA, 2008.
MUNANGA, Kabengele. O anti-racismo no Brasil. In: MUNANGA, Kabengele (Org.). Estratégias e políticas de combate à discriminação racial. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1996.
NOGUEIRA, Tamis Porfírio Costa Crisóstomo Ramos. Mucama Permitida a identidade negra do trabalho doméstico no Brasil. Cadernos de Gênero e Diversidade.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. 5º reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Lotierzo, Tatiana H. P. et Schwarcz, Lilia K. M. z. Raça, gênero e projeto branqueador: “a redenção de Cam”, de modesto brocos. Publicado no Femmes créatrices en Amérique latine : le défi de synthétiser sans singulariser.
1 – Especialista em Direito Constitucional pela Academia Brasileira de Direito Constitucional – ABDConst. Graduada em Direito pela Unibrasil. Advogada Licenciada da OAB PR. Curso de Extensão – Diversidades e Inclusão Social em Direitos Humanos – Raça e Etnia, pela PRCEU/ ECA – USP. Integrante do Comitê de Igualdade de Gênero no MPPR. Integrante da Comissão de Heteroidentificação de Concurso do Ministério Público do Estado do Paraná. Integrante do Grupo de Trabalho do Núcleo de Promoção Étnico Racial do Ministério Público do Estado do Paraná. Pesquisadora no Grupo de Pesquisas sobre Direitos Humanos e suas interseccionalidades. Integrante do “Todas da Lei”. Assessora Jurídica no Ministério Público do Estado do Paraná.
2 – Fanon, Frantz. Pele negra, máscaras brancas / Frantz Fanon ; tradução de Renato da Silveira. – Salvador : EDUFBA, 2008.
3 – O racismo estrutural é uma forma de discriminação que permeia as instituições, a cultura, a história e as práticas sociais em uma sociedade, favorecendo certas raças ou etnias em detrimento de outras. No Brasil, o racismo estrutural é uma realidade que impacta diretamente a vida de negros e indígenas, mantendo uma desigualdade entre pessoas brancas e negras que se manifesta em diversas áreas, como no genocídio de pessoas negras, encarceramento em massa, pobreza e violência contra mulheres. Entendendo o Racismo Estrutural no Brasil: 9 Exemplos que Impactam Nossa Sociedade. Disponível em: https://somosconsolidar.com.br/noticias/2023/entendendo-o-racismo-estrutural-no-brasil-9-exemplos-que-impactam-nossa-sociedade/. Acesso em 30/09/2024.
4 – Bento, Cida. O Pacto da Branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 119-129.
5 – MUNANGA, Kabengele. O anti-racismo no Brasil. In: MUNANGA, Kabengele (Org.). Estratégias e políticas de combate à discriminação racial. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1996.
6 – Tatiana H. P. Lotierzo et Lilia K. M. Schwarcz. Raça, gênero e projeto branqueador: “a redenção de Cam”, de modesto brocos. Publicado no Femmes créatrices en Amérique latine : le défi de synthétiser sans singulariser. “A imagem é um retrato de família marcado pelas distintas gradações de cor na pele das personagens – do marrom escuro (“negro”) da avó, ao “branco” do neto e de seu pai, passando pela mãe, morena, cuja tez adquire na tela um tom dourado. Em consonância, o grande interesse despertado pela pintura, que recebeu a medalha de ouro naquela Exposição Geral de Belas Artes, parece atado ao tema das uniões interraciais no Brasil e, em especial, à sua transformação em emblema dos debates sobre o futuro de um país marcado pela forte presença de uma população que não se define nem como negra, nem como branca, e pelos impasses que a chamada mestiçagem trazia para uma nação que se pretendia, no futuro, branca, num momento de auge do pensamento racialista na esfera pública.” Disponível em: https://journals.openedition.org/artelogie/5242#:~:text=Desde%20seu%20lan%C3%A7amento%20em%201895,a%20ideia%20de%20embranquecimento%20racial.. Acesso em 02/10/2024.
7 – Raimundo Nina Rodrigues. Nasceu em 4 de dezembro de 1862, em Vargem Grande, no Estado do Maranhão, entre os rios Munim e Itapicuru, em uma zona produtora de algodão, frutas e cereais, onde o braço escravo negro era o instrumento de trabalho, filho do coronel Francisco Delano Rodrigues e D. Luiza Rosa Nina Rodrigues. Faleceu em 17 de julho de 1906, antes de completar 44 anos, em Paris, França. “Antropologista e etnólogo, o negro e o mestiço foram sempre motivos principais de suas indagações. Realizou vários estudos sobre a psiquiatria forense no Brasil, publicando, entre outros, trabalho sobre “O Alienado no Direito Civil Brasileiro”. Entre suas obras devem ser citadas: “Os Mestiços Brasileiros” (1890), “As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil” (1894), “Epidemia de Loucura Religiosa no Brasil” (1898), dentre outros, muitas com fortes tendências racistas, disfarçadas de ciência.” Disponível em: https://www.anm.org.br/raimundo-nina-rodrigues/. Acesso em 02/10/2024.
8 – SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil- 1870-1930. 5º reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p. 212.
9 – RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 98-101.
10 – NOGUEIRA, Tamis Porfírio Costa Crisóstomo Ramos. Mucama Permitida a identidade negra do trabalho doméstico no Brasil. Cadernos de Gênero e Diversidade. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/cadgendiv. Acesso em 30/09/2024.
11 – Santos, Nathan Barbosa dos. Darido, Marcela. Coelho, Sillas de Castro Ferreira.O negro na obra Formação Do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior. X Encontro de Pós-Graduação em História Econômica & 8ª Conferência Internacional de História Econômica. Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica. Disponível em: https://www.abphe.org.br/uploads/X_Enc_Pos_Osasco_2020/Nathan%20Barbosa,%20Marcela%20Darido%20_%20Sillas%20Coelho%20(B).pdf. Acesso em 10/09/2024.
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