Aline Cordeiro Andriolli
Inauguramos a nossa coluna com esta indagação: mulher trabalha? Você, leitora e leitor já deve ter se deparado com algumas respostas vindas das próprias mulheres: “não trabalho fora”, “não estou trabalhando no momento”, “aqui somente meu marido trabalha” ou “não trabalho e por isso tenho tempo”, ou a clássica “ele trabalha muito e eu fico com a responsabilidade dos demais afazeres”.
Culturalmente a estrutura patriarcal colocada para as mulheres ao longo de séculos, centraliza como obrigação o dever de cuidado, zelo, administração da casa, criação dos filhos e todas as variadas formas de cuidar como sendo uma obrigação naturalizada e conectada ao feminino.
A invisibilidade do trabalho doméstico, ou trabalho de cuidado, ou trabalho não remunerado, e tantos outros nomes que podemos dar a esta forma de trabalho que coloca de maneira quase que obrigatória a mulher no centro desta responsabilidade, faz com que pensemos e reflitamos, além de todas as formas de discriminação na mulher no mercado de trabalho, qual é o papel desta mulher na sociedade se a estrutura posta pelo patriarcado fosse diferente da que vivemos nos dias de hoje?
A resposta a esta indagação e a tantas outras que teremos e pensaremos juntos e juntas será a de justamente compreender a que preço ser mulher nesta sociedade impacta na vida laboral, financeira, identitária a essas mulheres.
Bastaria relacionarmos a classe social para afastarmos as desigualdades? Ou colocaríamos apenas as mulheres sob o recorte de raça para aferir o sentir destas desigualdades? São muitas as indagações e muitas serão as reflexões para cada uma delas ao longo deste caminho.
Para estudarmos estas questões analisaremos os mais variados recortes de gênero, raça, classe social e suas imbricações no mundo do trabalho.
A partir dos estudos feministas e com referenciais acadêmicos respeitados no Brasil e no mundo, compartilharemos experiências, estudos, vivências, pesquisas empíricas que irão contribuir para o fortalecimento dos estudos e o compartilhamento de informações que, ao nosso ver, ajudarão as mulheres a (re)pensar seu tempo de trabalho de maneira individualizada, a fim de que tenhamos a igualdade de gênero como mola propulsora para mundo equânime e justo a @TODAS.